Uma pesquisa recentemente divulgada pelo SEBRAE-SP dá conta que os pequenos mercados crescem pelo Brasil afora. As constatações da pesquisa contrariam o senso comum, segundo o qual o varejo está cada vez mais dominado pelos grandes grupos, sem vez para os pequenos empresários. Alguns dados da pesquisa:
- Entre 2000 e 2004 o número de mercadinhos cresceu 52% no Acre, 24,6% na Bahia e 28,4% no Amapá;
- No mesmo período, em São Paulo, o crescimento foi de 1,2%, no Rio de Janeiro de -2,7% e no Rio Grande do Sul 3,8%.
- Entre 2000 e 2004 o número de mercadinhos cresceu 52% no Acre, 24,6% na Bahia e 28,4% no Amapá;
- No mesmo período, em São Paulo, o crescimento foi de 1,2%, no Rio de Janeiro de -2,7% e no Rio Grande do Sul 3,8%.
O que estaria por trás desses dados?
Mesmo considerando que a estrutura mais deficiente de varejo nos estados do Norte e Nordeste possa ter puxado os resultados gerais da pesquisa para cima, nos estados do Sul/Sudeste (exceção ao já mencionado Rio de Janeiro), constatou-se crescimento desse tipo de varejo.
Pessoalmente creio esses varejistas resolvem um problema cada vez mais grave de nossa população majoritariamente urbana: falta de tempo. Grandes estruturas de varejo, os "big box", demandam tempo para estacionar, grandes caminhadas, trabalho para encher o carrinho, levar a compra até o carro, descarregar em casa e, ufa, guardar tudo nos seus devidos lugares.
As compras grandes, chamadas compras do mês, perderam o sentido com a queda da inflação. Mesmo que os hipermercados ofereçam preços mais atraentes e forte apelo promocional, não vale a pena o investimento de tempo. Compras menores, "picadas", parecem bem mais racionais. E, bem, a diferença de preço não é tão grande assim. Além disso, o consumidor cada vez mais paga para economizar tempo - mas isso é assunto para outra postagem...
Enquanto os pequenos crescem, os grandes se mexem. As lojas Extra Perto, do Grupo Pão-de-Açúcar são um bom exemplo. Com cerca de 200 metros quadrados, posicionam-se como lojas de vizinhança e buscam atingir clientes de compras "picadas".
Nesse nicho os antigos sacolões se sofisticaram. As lojas do Hortifruti, muito fortes no Rio de Janeiro e Espírito Santo são casos sofisticação. Um exemplo paulistano de sucesso é o Natural da Terra. Em ambiente agradável, com arrumação impecável, esse varejista oferece, além de frutas, legumes e verduras, carnes, peixaria, queijos e laticínios, padaria, um bom espaço para vinhos, sushi e sashimi e a indefectível dupla pastel e caldo-de-cana. Ótimo atendimento, estacionamento com manobrista e uma área de loja reduzida permitem compras rápidas e agradáveis. Vale uma visita quando você estiver em São Paulo.
A rede Natural da Terra já conta com 3 lojas em São Paulo e inaugura amanhã, 8 de fevereiro, sua quarta loja, no bairro do Brooklin. Assisto as obras da janela do meu quarto. Conhecedor das primeiras três lojas, torço pelo seu sucesso na casa nova.
Fica a mensagem: A correta leitura das necessidades do cliente e os sentidos focados nas mudanças do mercado sempre trazem recompensas. Se o consumidor moderno quer conveniência, dê conveniência a ele!
Fonte: OESP 21/1/2007 - pág Co2
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